Você sabe o que pode levar um funcionário a recorrer a uma causa trabalhista? Existem muitos erros comuns que comerciantes cometem com seus funcionários por falta de conhecimento e atenção.
O processo trabalhista é uma ação judicial movida por um trabalhador que se sentiu prejudicado de alguma forma dentro de um ambiente de trabalho.
Saber mais sobre causa trabalhista, leis e direitos pode parecer muito jurídico e complicado, mas a ideia é que hoje você aprenda alguns princípios e dicas simples que podem te evitar uma dor de cabeça futura.
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Como funciona um processo trabalhista?
Assim que aberta uma ação trabalhista, a empresa em questão é avisada através de uma notificação extrajudicial, que nada mais é do que um aviso de que alguém está processando a empresa.
Existem vários acontecimentos que podem motivar um trabalhador a processar uma empresa, por menor que seja, de forma única, com apenas um motivo, ou complementar, quando várias infrações são somadas. Entre esses motivos é possível citar:
- Desacordo com o contrato de trabalho.
- Exploração da mão de obra.
- Desvio de função.
- Descumprimento de leis trabalhistas básicas.
- Assédio moral.
- Insalubridade.
Agora, em relação às etapas e duração de uma causa trabalhista, vai depender muito do caso em si. De forma geral, o tempo de duração de uma ação trabalhista pode variar conforme a complexidade do caso, a quantidade de provas e testemunhas, além da carga de processos na Justiça do Trabalho.
De forma geral, um processo pode passar por três fases: conciliação, julgamento e recursos. Se houver um acordo na fase inicial, a resolução pode ser rápida, em poucos meses. Caso contrário, o julgamento pode levar de 1 a 3 anos na primeira instância, e ainda mais tempo se houver recursos para tribunais superiores.
Por isso, você como empreendedor deve ter tudo documentado para garantir que seus direitos sejam respeitados e para evitar desgastes desnecessários no processo.
Como evitar um processo trabalhista
Muitas empresas e comércios que sofrem com um processo trabalhista, poderiam ter evitado ao seguir boas práticas para um bom convívio e relacionamento com seus colaboradores.
Pensando nisso, separei algumas dicas de como evitar essa dor de cabeça e como estar preparado para um possível processo trabalhista.
Saiba dos direitos e deveres do empregador
Esse é clássico. Você como patrão ou patroa dos seus funcionários, deve conhecer seus direitos (o que é permitido a você) e seus deveres (suas obrigações) como empregador, para que você saiba onde e como impor limites, quais pontos deve melhorar e assim encontrar o equilíbrio.
Veja alguns dos direitos de você como empregador:
- Delegar funções do cargo.
- Cobrar cumprimento da carga horária.
- Exigir sigilo das informações da empresa.
- Criar prazos e metas.
Agora veja alguns dos deveres como empregador:
- Cumprir com a legislação trabalhista.
- Pagar o salário em dia.
- Cumprir com os regulamentos de saúde e segurança do trabalhador.
- Oferecer um ambiente de trabalho seguro.
- Fornecer registro de ponto para controle.
Saiba dos direitos e deveres do empregado
Não é porque você é dono do negócio e trabalha em uma posição de liderança que deve deixar de lado os assuntos trabalhistas, muito pelo contrário, saber dos direitos dos seus funcionários te ajuda a criar um ambiente de trabalho equilibrado e também a entender se o ambiente que você está oferecendo está dentro das expectativas do mercado de trabalho.
Agora, perceba que quando é falado sobre os direitos e deveres dos trabalhadores, muito se coincide com as obrigações do empregador, mas isso é totalmente natural porque um depende do outro.
E para que você tenha total atenção ao cumprimento dos requisitos básicos, trouxe alguns dos principais direitos trabalhistas exigidos por lei:
- Licença maternidade e paternidade.
- Décimo terceiro salário.
- Adicional noturno e de insalubridade para funções que se encaixam nessa modalidade.
- Descanso semanal remunerado.
- Salário mínimo.
- Carteira de trabalho assinada em até 48 horas.
- Vale transporte.
- Férias.
- Intervalo para refeição.
Entenda o modelo de contratação
Ao escolher um modelo de contratação para seu comércio, você precisa saber dos detalhes, direitos e expectativas que cada modelo oferece e qual se encaixa melhor na realidade da sua empresa. Pensando nisso, separei alguns principais modelos de contratação dentro de pequenas empresas: trabalho CLT, PJ e autônomo.
A contratação modelo CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é a mais comum no Brasil e garante ao trabalhador uma série de benefícios obrigatórios, como:
- Salário fixo e carga horária regulada (geralmente, até 44 horas semanais).
- 13º salário e férias remuneradas.
- FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que protege o empregado em caso de demissão sem justa causa.
- Vale-transporte e vale-alimentação, caso estipulado em convenção coletiva.
- Direitos trabalhistas em caso de demissão, incluindo aviso prévio e seguro-desemprego.
Contratação como PJ (Pessoa Jurídica):
A contratação de Pessoa Jurídica (PJ) é uma opção para quem busca mais flexibilidade e menos encargos trabalhistas. Nesse modelo, o profissional abre um CNPJ e emite notas fiscais pelos serviços prestados, sem vínculo empregatício.
Os direitos do PJ não são garantidos pela CLT, como 13º salário, férias remuneradas e FGTS. Mas caso o PJ atue exclusivamente para uma empresa, sem autonomia real, ele pode fazer o reconhecimento de vínculo empregatício pela justiça e recorrer aos valores de FGTS, aviso prévio e demais direitos.
Contratação de trabalhador autônomo:
Diferente do PJ, o trabalhador autônomo não precisa abrir uma empresa (CNPJ), mas também não tem proteção da CLT. Ele presta serviços eventuais e deve contribuir individualmente para a previdência.
Veja algumas características do trabalho autônomo:
- Sem subordinação direta (o profissional define como e quando executa seu trabalho).
- Sem benefícios trabalhistas, como FGTS e férias pagas.
- Possibilidade de prestação de serviços para várias empresas sem exclusividade.
Mantenha as obrigações em dia
Cumprir as principais leis trabalhistas não é apenas uma obrigação legal, mas também uma forma de garantir um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo.
Pequenos descuidos na gestão podem resultar em processos trabalhistas e prejuízos financeiros para sua empresa. Para evitar problemas, veja algumas das principais obrigações de você como empregador:
- Pague salários e benefícios em dia.
- Respeite a jornada de trabalho e horas extras: a CLT estabelece um limite de 44 horas semanais, com no máximo 2 horas extras por dia.
- Garanta férias conforme a lei: o seu funcionário tem direito a 30 dias de férias a cada ano e o pagamento deve ser feito até dois dias antes do período de descanso, com adicional de um terço do salário.
- Função condizente com o salário: desviar um funcionário para atividades diferentes daquelas combinadas no contrato sem reajuste salarial pode resultar em processos por desvio ou acúmulo de função.
- Cumpra com o modelo de contratação: seja CLT, PJ ou autônomo, formalize a relação corretamente para evitar questionamentos legais no futuro.
- Ofereça um ambiente de trabalho respeitável: atitudes como assédio e intolerância são muito sérias e devem ser combatidas desde os primeiros indícios.
- Mantenha toda a documentação organizada: registros de ponto, contratos, recibos de pagamento e até comunicações por e-mail e WhatsApp podem ser fundamentais para evitar e se defender de possíveis disputas trabalhistas.
Cumprindo essas obrigações, sua empresa reduz riscos e mantém um bom relacionamento com seus colaboradores e claro, garante um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo.
Documente informações dos funcionários
Por mais que você, empregador, esteja correto em algum processo trabalhista que possa ocorrer, não ter provas e documentos que indiquem sua versão, só dificulta.
Por isso, além da documentação padrão, como registro de ponto, ficha cadastral e atestados médicos, é essencial manter registros de conversas como e-mail e WhatsApp e também comprovantes de pagamento.
Esses registros podem servir como prova de comunicação, esclarecer acontecimentos e até mesmo comprovar ou desmascarar alegações em caso de ação trabalhista.
Calcule corretamente a rescisão ou demissão
Você pode estar se perguntando o que a rescisão tem a ver com uma ação trabalhista, já que o funcionário não faz mais parte da empresa.
Acontece que processos trabalhistas podem ser movidos até cinco anos após a saída do empregado. Ou seja, mesmo sem vínculo empregatício, ele ainda pode recorrer à justiça para questionar os desacordos do seu antigo trabalho.
Por isso, o momento da rescisão não é apenas um processo burocrático, mas uma etapa muito importante que pode evitar futuros problemas legais.
Então, em caso de rescisão, é importante que você saiba todas pendências para o acerto de contas, e uma documentação bem organizada faz toda a diferença.
Veja alguns fatores que podem alterar o valor final da rescisão:
- Férias atrasadas.
- Horas extras.
- Aviso prévio indenizado.
- Demissão sem justa causa por parte do empregador.
- Décimo terceiro.
- Quantidade de dias trabalhados no mês da rescisão.
O cálculo deve ser feito com base em todo o histórico do ex-funcionário e cabe ao empregador ter tudo documentado para um valor final correto.
Casos comuns de processo trabalhista
Muitos processos trabalhistas podem ser evitados com o cumprimento adequado dos princípios dos direitos trabalhistas.
E para que você fique de olho em possíveis razões e acontecimentos dentro do seu comércio e na relação dos seus colaboradores, separei alguns exemplos de causas trabalhistas mais comuns. Veja:
- Indenização por acidente de trabalho.
- Horas extras não pagas.
- Vínculo sem carteira assinada.
- Indenização trabalhista por insalubridade.
- Pagamento indevido na rescisão.
- Indenização trabalhista por danos morais.
- Demissão por justa causa sem real motivo.
- Jornada de trabalho sem intervalo devido.
Esses são exemplos de causas trabalhistas ganhas, pois de fato foram descumprimentos dos princípios dos direitos trabalhistas, então bastam apenas provas suficientes para que o caso seja ganho por parte do empregado e a indenização trabalhista seja paga pelo empregador.
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Conclusão
Evitar causas trabalhistas pode parecer um grande desafio, mas com conhecimento dos direitos, deveres e leis trabalhistas, sua empresa pode reduzir riscos e garantir um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo.
Espero que esse texto tenha te ajudado de alguma forma e que você consiga aplicar as dicas em seu comércio. Nos vemos nas próximas telas!

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