Olá pessoal! Eu sou a Carol, do Nex e estou aqui para mais uma conversa sobre pequenos comércios. Especificamente sobre negócios familiares! E, por falar nisso, como estão os negócios? Preocupados com a crise? Então deixa eu contar o resultado de uma pesquisa sobre negócios familiares: as empresas familiares tendem a resistir mais à momentos de crise e instabilidade econômica.
Isso porque a tomada de decisões é mais rápida e, além disso, ocorre em ambiente de confiabilidade. E essa não é a única vantagem apontada por especialistas em gestão comercial. Em empresas familiares há um alto compromisso com o negócio, muita dedicação, visão a longo prazo e o interesse de que esse negócio seja próspero para que os filhos e netos tenham um futuro profissional garantido.
Pois é, mas na mesma medida em que é positivo, sabemos que os negócios familiares geram muitos conflitos.
Então, vamos sentar para um café com bolinhos e colocar todas as dificuldades para uma boa conversa em família!
SUCESSÃO FAMILIAR
Esse é o ponto crítico apontado em 100% das pesquisas sobre o assunto:
30% das empresas familiares fecham a partir da segunda geração;
15% fecham a partir da terceira.
Você iniciou um pequeno comércio com muito esforço. Teve que abdicar de conforto, descanso e horas de lazer, inclusive com a família. Teve ajuda do esposo ou esposa, do pai, da mãe e até dos irmãos. Enfim, a loja está prosperando, tem uma clientela fiel e até cresceu. Mas seu filho quer mesmo é ser astronauta. Sim, uma profissão muito, muito longe de sua loja, lá, bem perto da lua. Ou então ele até quer, mas não tem nenhum traquejo para o comércio. Ok. Vamos tentar entender cada situação.
"Meu filho não quer continuar o negócio da família"
Se você é o pai ou a mãe que administra um negócio de família, é natural sua expectativa de que seus filhos continuem os negócios. Afinal, os filhos são uma das grandes motivações para que você tenha começado tudo isso. Porém, seu filho não demonstra nenhum interesse em trabalhar no comércio, como disse, ele quer ser astronauta.
Primeiro é preciso entender que não é culpa do seu filho. Coloque-se no lugar dele. Ele cresceu sentindo essa expectativa de que seria como você, teria o mesmo desempenho e a mesma colocação profissional, mas não sente nenhuma afinidade com o comércio. E ele tem o maior desejo de todos os filhos: ser o que ele escolher. Às vezes, se você der espaço e não pressionar tanto, pode ser até que ele descubra que é isso mesmo o que deseja. Porém, não ter uma continuidade familiar deve ser considerada e nesse caso, é importante pensar em outras possibilidades. Uma delas é incluir um sócio não familiar. Você garante a longevidade da empresa e a possiblidade de seus filhos optarem por continuar seu trabalho ou vender sua parte para o outro sócio. De alguma forma você estará garantindo o futuro financeiro deles e ainda apoiando as decisões por eles tomadas.
"Meu filho quer continuar nosso negócio, mas não tem nenhuma experiência"
Muita calma nessa hora que nessa afirmação tem vários “poréns”. Será que você não está dando a chance de que seu filho te mostre algo novo? Será que você mesmo não está resistindo as mudanças naturais, às novas tecnologias e novas formas de trabalhar? “Ah, Carol, mas esse menino nunca trabalhou. Enquanto ele estudava, passeava e falava no celular, eu é que estava me lascando aqui!”. Sim, mas se ele está manifestando ou concordando em trabalhar com você agora, então é hora de dar espaço. De ensinar, mas de aprender também. Os negócios que prosperam terão novas gerações de clientes também. E quem melhor para entender esse cliente do que seu filho? Sua experiência vale ouro e deve ser passada, mas o conhecimento natural dele, do que as pessoas gostam e como se compra e vende hoje em dia, também vale muito. Só não resista tanto, escute as sugestões, permita-se aprender também. Combinado?
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Esse é outro ponto crítico nas empresas familiares. Eu sei como é. Começamos com uma ideia e encaramos na maior coragem. E deu tudo certo! Mas a empresa começa a andar e precisamos mudar. Nesse momento, tem que profissionalizar os processos. Quem disse que parente não tem que cumprir horário. É fundamental, essencial, primordial e muitos outros “al” que dentro da empresa, todos sejam tratados e encarados como funcionários. Até você, dono, é um funcionário. Digamos, você é o “mais alto escalão da empresa”, o manda chuva, o poderoso chefão, mas é funcionário. E o funcionário exemplo. Então não permita que um funcionário/parente não encare a função com profissionalismo e ofereça formas de todos os funcionários se qualificarem.
Esqueça os processos improvisados. Use ferramentas profissionais para gerir e controlar seu caixa, estoque, fornecedores. Contrate profissionais como contador e em alguns casos, até um consultor pode ajudar bastante. Usar uniforme é positivo por alguns motivos: o cliente sabe quem procurar em caso de dúvidas e todos os funcionários, sejam familiares ou não, estarão identificados da mesma forma. Sem perceber, todos se sentirão mais funcionários vestindo um uniforme.
“Carol, e quando um parente sem nenhuma habilidade para a função, pede emprego?”. Nesse caso, sinceridade é fundamental. Calma, você não precisa dizer que acha que ele não dá conta. Lembre-se, isso é uma empresa, não uma excursão de férias em família. Primeiro defina bem as qualificações para a função com vaga em aberto: como a pessoa precisa ser, se precisa de experiência, qual será o salário, benefícios, obrigações e direitos. Crie um perfil completo daquele profissional (se precisar de ajuda, pesquise na internet, em sites de anúncios de empregos, onde eles costumam ter essas definições genéricas). Feito isso, explique com muita sinceridade que mesmo ele, sendo parente, precisa passar por um processo de seleção. E só contrate se o parente demonstrar todas as características determinadas.
E, por último, a questão mais importante:
DINHEIRO DA EMPRESA X DINHEIRO DA FAMÍLIA
Nunca, jamais, em hipótese alguma misture na mesma conta o dinheiro da empresa com o dinheiro da família. Lembre-se, você também é um funcionário.
Então, não tire dinheiro do caixa a qualquer momento. Defina uma ou duas datas de pagamento e um valor de salário para você e todos da família que trabalham no comércio. Assim, as chances de quitar as despesas do negócio em dia, serão maiores. Se é uma empresa familiar, a responsabilidade de manter o negócio saudável e profissional é ainda maior. Afinal, muitas vezes essa é a única fonte de renda de uma família toda. Sobre esse assunto, é bom ler este post publicado no blog do Nex: "Dinheiro dos sócios x dinheiro da empresa".
Em resumo, sobre tudo o que falamos, uma conversa franca e papéis bem definidos, diminuem e até acabam com os conflitos de família nos negócios.
A conversa foi boa? Espero que sim. Então vamos tomar um cafezinho e trabalhar!
Oi! Eu sou a Carol, do Nex. Estou aqui para ajudar aos pequenos comerciantes como você, a desenvolver todo potencial de seu negócio.